PROJETO DE LEI N° 08/2023
“INSTITUI "O DIA ESTADUAL DE
CONSCIENTIZAÇÃO E COMBATE A DOENÇA DE CASTLEMAN”.
A
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ DECRETA:
Artigo 1º - Fica
instituído, e incluído, no Calendário Oficial do Estado do Ceará o “"O dia estadual de conscientização e combate à doença
de Castleman”, a ser comemorado, anualmente, no dia
23 (vinte e três) de julho.
Artigo 2º - Esta lei entra
em vigor na data de sua publicação.
JOÃO
JAIME
DEPUTADO
JUSTIFICATIVA:
A doença de Castleman ou hiperplasia linfóide angiofolicular
é uma doença rara com duas formas identificadas. A forma localizada, frequentemente pauci-sintomática,
é caracterizada por um nódulo linfático aumentado isolado, que regride sem sequelas após remoção cirúrgica.
A forma multicêntrica
apresenta frequentemente sinais gerais, adenopatias
múltiplas, organomegalia e, por vezes, uma síndrome
POEMS (polineuropatia, organomegalia,
endocrinopatia, proteína monoclonal, pele).
O prognóstico desta última
forma é muito menos favorável, muitas vezes requerendo quimioterapia.
A etiologia da doença de Castleman permanece desconhecida, mas dados recentes
apontam para um envolvimento do vírus herpes humano 8
(HHV-8), especialmente em certas formas multicêntricas.
Causas e fatores de risco
da doença de Castleman não são bem conhecidos, e
também não há dados confiáveis sobre sua incidência no Brasil ou no mundo. É
sabido, no entanto, que há uma probabilidade maior de ocorrência em pacientes
infectados por HIV, e que a doença pode acometer crianças e adultos.
São conhecidas duas formas
de doença:
Doença localizada – afeta
apenas um grupo de gânglios linfáticos – mais frequentemente
do tórax ou do abdômen – e não é generalizada. Os gânglios linfáticos
acometidos aumentam e podem pressionar outros órgãos ou tecidos na área em que
se encontram; e,
Doença multicêntrica –
afeta vários grupos de gânglios linfáticos e pode acometer outros órgãos que contenham
tecido linfoide. É mais grave que a localizada,
principalmente nos pacientes com HIV.
Existem também subtipos
microscópicos da doença de Castleman – quando ela é
classificada de acordo com a forma do tecido linfoide:
Tipo hialino-vascular – o
mais comum, normalmente localizado;
Tipo plasmócito
– apresenta maior probabilidade de ser multicêntrico; e,
Tipo misto – é o menos
comum e apresenta áreas de ambos os tipos (localizado e multicêntrico).
Por fim, pode-se
classificar a doença de Castleman com base em
infecções virais:
HIV; e
Herpes vírus humano-8
(HHV-8).
(a)Diagnóstico
Normalmente é
diagnosticada em exames feitos devido a outros problemas de saúde. Há casos em
que, diante do desconforto causado pelos sintomas, o paciente decide fazer um
check-up em busca de distúrbios gastrointestinais ou respiratórios. O exame
físico normalmente evidencia a presença de nódulos linfáticos aumentados.
Tais alterações não são
definitivas para o diagnóstico, pois são comuns a infecções e anemia, por
exemplo. Assim, o médico pedirá exames de imagem, como:
Tomografia computadorizada
– para verificar em detalhes os tecidos moles e se os nódulos linfáticos ou os
órgãos internos estão aumentados;
Ressonância magnética –
especialmente se o médico estiver preocupado com áreas próximas da medula
espinhal ou do cérebro;
Raio
X
do tórax – para identificar se há gânglios linfáticos do tórax atingidos pela
doença (normalmente pedido quando o paciente apresenta problemas respiratórios
como sintoma);
Ultrassom
abdominal – para identificar se há gânglios linfáticos do abdômen afetados pela
doença; e
PET-Scan –
útil para encontrar pequenos crescimentos nos gânglios e nos tecidos linfáticos
que não aparecem na tomografia computadorizada.
Em alguns casos, o médico
poderá solicitar uma biópsia do nódulo linfático para fechar o diagnóstico da
doença de Castleman.
(b)Tratamento
As abordagens de
tratamento da doença de Castleman incluem cirurgia,
radioterapia e quimioterapia, entre outros medicamentos.
No caso de doença de Castleman localizada, os pacientes normalmente são curados
quando os linfonodos afetados são removidos por meio
de cirurgia. Se não é possível resolver o problema totalmente com um
procedimento cirúrgico, seja devido às condições de saúde gerais do paciente ou
porque não se consegue retirar os linfonodos afetados
completamente, parte-se para a radioterapia. A doença tende a não voltar.
Já os casos de doença de Castleman multicêntrica não têm um protocolo de tratamento
padronizado. É preciso avaliar, por exemplo, se a doença está muito espalhada –
o que pode fazer o especialista descartar uma cirurgia e ir direto para a
radioterapia ou para a quimioterapia. Se o paciente tiver HIV, é necessário
combinar o tratamento com os medicamentos já utilizados para o controle da
infecção.
A data foi instituída com
os seguintes objetivos:
– Estimular ações
educativas e preventivas relacionadas a enfermidades;
– Promover debates e
outros eventos sobre as políticas públicas de atenção integral;
– Apoiar as atividades
organizadas e desenvolvidas pela sociedade civil em prol das pessoas acometidas
de doença de Castleman;
– Difundir os avanços
técnico-científicos relacionados ao tema em comento;
– Apoiar pacientes e
familiares.
Sendo assim, conto com o
apoio dos nobres pares para a aprovação do presente projeto.
JOÃO
JAIME
DEPUTADO