PROJETO DE LEI N° 137/2022
“DENOMINA DE MANOEL ALBANO AMORA O CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL (CEI), A SER CONSTRUÍDO NO MUNICÍPIO DE PACATUBA”.
A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ DECRETA:
Art. 1º. Fica denominado de Manoel Albano Amora o Centro de Educação Infantil (CEI), a ser construído no município de Pacatuba.
Art. 2º. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 3º. Revogam-se as disposições em contrário.
LEONARDO ARAÚJO
DEPUTADO
JUSTIFICATIVA:
Manoel Albano Amora nasceu em Fortaleza, em 19 de outubro de 1915. Possuía por parte de mãe laços familiares com os Nunes de Melo, da capital cearense, e com os Teixeira de Sousa, esses ramificados na cidade de Angicos, no vizinho estado do Rio Grande do Norte. Pelo lado paterno, era descendente dos Amoras, portugueses oriundos da Catalunha que foram para o Aquiraz; e dos Albanos, família criada artificialmente por iniciativa dos irmãos José Francisco da Silva (o futuro Barão de Aratanha), Manoel Francisco da Silva (bisavô de meu pai), e Antônio.
Era conhecido por “Albano”, apelido principal de família. Há de se salientar, entretanto, que na realidade os Albanos descendem e entrelaçam-se com várias famílias “pacatubanas”, por exemplo, os Costa e Silvas, Justas, Theóphilos e os Galenos, em sua maioria. Pacatuba era conhecida por esse senhor como sendo o berço dos seus antepassados, e consequentemente, o seu próprio.
Por deferência e proposição do então vereador Tarcísio Benevides, recebeu Manoel Albano Amora o título de cidadão de Pacatuba, respondendo de pleno de orgulho a honraria, com um discurso intitulado “alma pacatubana”.
Sentindo-se como que um verdadeiro filho da terra, em 1972, publicou um livro sobre o município, que ainda hoje serve de referência a qualquer estudo sério que se queira fazer sobre a história e tradições da cidade. Na ocasião de sua publicação, o “Pacatuba - Geografia Sentimental” obteve larga e favorável repercussão nos meios literários do país, sendo objeto de apreciação e elogios da escritora Rachel de Queiroz, que dele tratou em sua coluna semanal na Revista Manchete.
Em 1983, centenário da abolição dos escravos no município, por designação de seu amigo de longa data Eduardo Campos, o Sr. Manuel Albano Amaro foi indicado como o “orador oficial da solenidade”, e, para essa ocasião, escreveu um apaixonado trabalho, que foi lido pessoalmente durante as comemorações, e que depois saiu publicado na Revista do Instituto do Ceará, do qual se extraiu uma separata.
Coerente a esse seu amor quase servil a Pacatuba, quis ele dotar o município pacatubano de uma bandeira e as suas correspondentes “armas”. A partir de então, manteve contato com D. Nair de Moraes Carvalho, antiga secretária do escritor Gustavo Barroso e alta funcionária do Museu Histórico Nacional, pedindo-lhe que fosse providenciado, graciosamente, o tal pedido.
Dona Nair, amiga pessoal e de longa data de Albano, solicitou-lhe dados históricos e geográficos da cidade para execução da tarefa, até para que houvesse, claro, consonância do desenho com as normas aplicáveis da vexilologia. Dessa forma, o Sr. Manuel Albano Amaro providenciou tudo em tempo recorde, e assim, logo recebeu de departamento especializado do museu as “armas de Pacatuba”, que, apresentadas na Câmara Municipal pelo vereador Tarcísio Benevides, foram apreciadas, discutidas e aprovadas solenemente, obtendo caráter oficial por sanção do prefeito Isaac Newton Campos.
Manoel Albano Amora faleceu em 1991, deixando diversas contribuições para o desenvolvimento municipal, razões pelas quais este notável cearense merece a justa homenagem, principalmente por se tratar de uma denominação na área de educação, em que este senhor muito contribuiu com sua experiência e formação.
LEONARDO ARAÚJO
DEPUTADO