PROJETO DE LEI N.º 367/2021
DENOMINA DE ELZE ALVES LIMA VERDE MONTENEGRO A CASA DA MULHER CEARENSE A SER CONSTRUÍDA NO MUNICÍPIO DE IGUATU.
A ASSEMBLÉIA LEGISALTIVA DO ESTADO DO CEARÁ DECRETA:
A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ DECRETA:
Art. 1ª Fica denominado de “Elze Alves Lima Verde Montenegro” a unidade da Casa da Mulher Cearense a ser construída no município de Iguatu.
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
AGENOR NETO
DEPUTADO
JUSTIFICATIVA:
A Casa da Mulher Cearense é uma das políticas públicas mais fundamentais empreitadas pelo Governo do Estado do Ceará. O equipamento da Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS) é Referência no Estado no apoio e assistência social, psicológica, jurídica e até econômica às mulheres em situação de violência.
Diante dos resultados positivos com a implementação da Casa da Mulher Cearense, o Governo do Estado tem construindo novas unidades e expandido a rede de atendimento para o interior do Ceará. O Município de Iguatu é uma das cidades a serem beneficiadas com a implementação de tal equipamento.
A homenageada, que ora se propõe como o nome a ser marcado na Casa da Mulher Cearense de Iguatu, é Elze Alves Lima Verde Montenegro, nascida em Iguatu no dia 07 de setembro de 1930, sendo filha do Major Deoclécio Lima Verde e Maria Alves de Oliveira. Em 08 de março de 1955, a Dra. Elze casou-se com Dr. José Holanda Montenegro. Dessa união nasceram os filhos: José Elson, Virgínia, José Helder, Ana Cláudia, José Hilton e Geísa.
Filha de Iguatu, começou os estudos na cidade e posteriormente passou a residir em Milagres, onde ficou sob os cuidados do seu tio, Pe. Joaquim Alves de Oliveira. Ainda chegou a estudar no Crato e em Fortaleza, onde concluiu o Curso Técnico em Economia Doméstica, na Escola Doméstica São Rafael, em 1948.
Ao retornar à cidade natal, passou a lecionar no Colégio São José, a dirigir o lactário da Maternidade Santa Terezinha, hoje Hospital Dr. Agenor Araújo, sendo a primeira pessoa a prestar serviços àquela casa, ainda em construção. Em 1955, foi fundada em Iguatu a Escola de Economia Doméstica Rural Elza Barreto, oportunidade em que lhe foi confiada a direção dessa instituição.
D. Elze conduziu o Colégio Elza Barreto com muita fibra e determinação, mostrando a todos que, com firmeza e seriedade tudo se consegue em prol de uma causa justa. As vitórias foram muitas à frente dessa casa de educação: transformou uma pequena escola que funcionava em uma casa alugada em uma instituição de grande abrangência que atende não só os estudantes de Iguatu, mas a toda Região Centro-Sul do Ceará, tendo a mesma duas sedes: uma na cidade e outra na vila Cajazeiras.
A pequena Escola Doméstica foi transformada na atual Escola Agrotécnica Federal de Iguatu, graças ao seu talentoso trabalho e aos que compunham a sua equipe e ao apoio incondicional do seu idealizador, Dr. Adahil Barreto Cavalcante. Outra grande vitória à frente da escola foi conseguir, junto ao Ministério da Educação, a permanência da Escola Agrotécnica de Iguatu ao Governo Federal.
Devido ao seu dinamismo, a sua capacidade de trabalho e à seriedade que sempre teve na condução da coisa pública, assumiu, em épocas de calamidades em Iguatu, cheias do Jaguaribe ou secas, a presidência da Defesa Civil local. Foi escolhida interventora da Cooperativa de Eletrificação Rural da Bacia do Orós – CERBO, em 1987, visto que a cooperativa necessitava de uma pessoa séria e capaz para solucionar os graves problemas que a entidade enfrentava. Em 1991, realizou o último trabalho de grande importância em favor da educação de Iguatu: construiu o prédio destinado ao funcionamento do Colégio Pólos e acompanhou toda a sua implantação. Hoje, essa instituição é competentemente conduzida por sua filha, Dra. Virgínia Montenegro Ribeiro.
Pelos relevantes serviços prestados ao nosso município, Dona Elze Alves Lima Verde Montenegro recebeu significativas distinções: em 1971, “Voto de Louvor”, conferido pela Maçonaria de Iguatu, Loja Deus e Liberdade N 10; em 1973, Diploma de “Honra ao Mérito”, conferido pelo LIONS Clube de Iguatu; em 1977, o prefeito municipal de Iguatu, Antônio Adil de Mendonça, denominou a Escola de 1 grau, situada na Rua Dário Rabelo, de Escola Elze Alves Lima Verde Montenegro; 1985, “Reconhecimento e Mérito”, conferido pela Cruz Vermelha e nesse mesmo ano, foi agraciada com o troféu “Telha de Ouro”, conferido pelo Jornal DE FATO; recebeu, também, distinções da Câmara Municipal de Iguatu, da Prefeitura Municipal e do SESC de Iguatu.
Os seus dotes intelectuais foram de suma importância para a cultura e a história de Iguatu, visto que D. Elze foi uma das maiores entusiásticas e defensoras da preservação e divulgação da história da nossa cidade. As suas ações não se limitavam somente à retórica, temos como exemplo o casarão onde morava, construído em 1908, pelo seu pai; a casa em que nasceu o seu esposo, Dr. Montenegro, em Alencar; a casa construída pelo seu avô materno, Cel. José Alves de Oliveira, no sítio Coati, em 1911; todas essas casas estão preservadas graças ao seu esforço. Dona Elze salvou da destruição documentos e histórias que revelavam parte do passado de Iguatu.
Diante do exposto é que se propõe este Projeto, visto que a homenageada é uma figura histórica da cidade e uma referência de liderança, autonomia, altivez e protagonismo feminino, notadamente diante de sua história de vida pública e seus incontáveis feitos, razão pela qual solicito o apoio dos nobres pares na discussão e pretendida aprovação deste Projeto.
AGENOR NETO
DEPUTADO