PROJETO DE LEI N° 458/19

“INSTITUI A SEMANA DA POESIA POPULAR A SER COMEMORADA NO ÂMBITO DO ESTADO DO CEARÁ, ANUALMENTE NA PRIMEIRA SEMANA DO MÊS DE MARÇO.”

 

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ decreta:

Art. 1º - Fica instituída a Semana da Poesia Popular, a ser comemorada no âmbito do estado do Ceará, anualmente na primeira semana do mês de março.

Parágrafo único. O objetivo é dedicar uma semana a celebração da poesia popular, reconhecer a poesia popular em suas diversas formas estimulando a leitura, produção de textos, resgatando e valorizando a literatura de cordel.

Art. 2º – Escolas estaduais públicas poderão desenvolver programações com a realização de palestras e atividades práticas de incentivos a leitura da Poesia Popular.

Art. 3° - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

 

 

ANDRÉ FERNANDES

DEPUTADO

 

 

JUSTIFICATIVA

A literatura de cordel chegou ao Brasil com nossos colonizadores, instalando-se na Bahia e nos demais estados do Nordeste, onde encontrou um terreno fértil. Por volta de 1750, apareceram os primeiros poetas populares que narravam sagas em versos, visto que a maioria desse povo, sequer sabia ler e as histórias eram decoradas e recitadas nas feiras ou nas praças.

Às vezes, acompanhadas por música de violas. Portanto, surgiu também no Brasil, como literatura oral, característica fundamental da cultura popular. Enfim, foram esses cantadores do improviso, itinerantes, os precursores da literatura de cordel escrita. E verdadeiros repórteres, pois eram eles quem divulgavam as notícias um exemplo é o Patativa do Assaré um poeta e repentista brasileiro, um dos principais representantes da arte popular nordestina do século XX. Com uma linguagem simples, porém poética, retratava a vida sofrida e árida do povo do sertão. Projetou-se nacionalmente com o poema "Triste Partida" em 1964, musicado e gravado por Luiz Gonzaga. Seus livros, traduzidos em vários idiomas, foram tema de estudos na Sorbonne, na cadeira de Literatura Popular Universal.

O poética de Patativa do Assaré, partindo de um estudo do seu caráter popular e social. Sendo agricultor no interior do Ceará, o poeta observou e vivenciou a dramática realidade da região nordestina, reconhecendo-se, dessa forma, como porta-voz de seu povo. A poética patativana é marcada por um claro eixo antagônico, no qual a temática social e popular se configura segundo oposições de classes.

 

 

ANDRÉ FERNANDES

DEPUTADO