PROJETO DE LEI N° 434/19

“DENOMINA DE “GENERAL TIBÚRCIO” O TRECHO DA RODOVIA CE 232, QUE LIGA A SEDE DO MUNICÍPIO DE VIÇOSA DO CEARÁ AO DISTRITO DE TABAINHA NO MUNICÍPIO DE TIANGUÁ, NO ÂMBITO DO ESTADO DO CEARÁ.”

 

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ APROVA:

Art. 1º. Fica denominado “General Tibúrcio” o trecho da Rodovia CE 232, que liga a sede do município de Viçosa do Ceará ao distrito de Tabainha, município de Tianguá, totalizando, aproximadamente, trinta e oito quilômetros, no âmbito do Estado do Ceará.

Art. 2º. Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

 

FERNANDO HUGO

DEPUTADO

 

JUSTIFICAÇÃO

Antônio Tibúrcio Ferreira de Souza nasceu a 11 de agosto de 1837, na Vila Viçosa sobre a serra de Ibiapaba, Estado do Ceará. Era filho de Francisco Ferreira de Sousa e Margarida Ferreira do Nascimento.

Foi paradigma de inusitadas virtudes militares e cívicas, além de brilhante e indomável espírito. Incorporou às fileiras do Exército Imperial, em Fortaleza, no dia 26 de junho de 1851, como praça no Meio Batalhão de Caçadores sediado na histórica Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção.

Após curto espaço, é transferido para a Corte onde foi incorporado ao 1º Batalhão de Artilharia, com sede na Fortaleza de Santa Cruz, no Rio de Janeiro.

Em 1857, ingressa na Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, tendo sido promovido a 2º tenente de Artilharia, no final desse ano.

Em 1859, casou-se com D. Maria Augusta Batista Franco e passou a ensinar Matemática. Dois anos depois, concluindo estudos, foi nomeado professor de Física e Química da Escola Militar.

Em novembro de 1863, foi promovido a 1º tenente. No ano seguinte inicia-se a Guerra da Tríplice Aliança, ocasião em que se torna voluntário e parte para o sul do País, fazendo parte das tropas de Artilharia.

Na Batalha Naval de Riachuelo, em 1865, comandou a artilharia a bordo do navio “Belmonte”. Em 1866, foi promovido a Capitão, participando, no Comando da Bateria de Morteiros, do combate da Ilha de Redenção (10 de abril), o que lhe valeu, por seu elevado desempenho, a condecoração da Ordem da Rosa, no grau Cavaleiro.

Logo depois, já integrando o Batalhão de Engenheiros, tomou parte destacada no combate de Estero Bellaco e na Batalha de Tuiuti, em 24 de maio, na qual refulge o seu ingente esforço e sua insigne coragem.

Daí, embora já sendo Oficial de Estado-Maior, transfere-se para a Infantaria como Major em Comissão no comando do 3º Corpo de Voluntários da Pátria, com o qual se empenhou no ataque de Boqueirão, em 18 de julho, sendo ferido. Pouco tempo de­pois, assumiu o Comando do 16° Batalhão de Infantaria, sofrendo outros ferimentos.

Gravemente enfermo, foi evacuado para o Rio de Janeiro, para tratamento, onde pouco se de­morou, regressando ao Teatro de Operações, já promovido a Tenente-Coronel, por relevantes serviços prestados.

Em janeiro de 1868, na Passagem de Humaitá, travou mais um combate, tendo sido condecorado com a Medalha de Oficial da Ordem do Cruzeiro. Outros combates se sucederam na campanha do Chaco, nos meses de outubro e novembro de 1868, onde contraiu doenças e foi novamente evacuado para a Corte para realizar seu tratamento de saúde.

Em março de 1869, retorna ao Paraguai acompanhando o Conde D&,39;Eu, onde  na campanha das Cordilheiras, evidencia, mais uma vez, a sua coragem nos combates de Peribebuí, Campo Grande e Caraguataí.

Comissionado no posto de Coronel, em 1869, passou a comandar o 26° Batalhão de Voluntários Cearenses, deixando o solo estrangeiro, após longos quatro anos em campanha. Foi recebido, em Fortaleza, com retumbante aclamação pública e profundo reconhecimento.

Em 1874, foi à Europa, incumbido de assistir à exposição de Viena e estudar os melhoramentos introduzidos na arte de guerra, especialmente na Artilharia.

O Coronel Tibúrcio retornou ao Brasil em julho de 1875, nomeado Comandante da Escola de Tiro de Campo Grande, na qual permaneceu até 1879, quando foi co­mandar a Escola de Cavalaria e Infantaria do Rio Grande do Sul.

Neste último comando, o bravo cearense foi pro­movido a Brigadeiro (atual General-de-Brigada), com apenas 43 anos de idade.

Exerceu, ainda, diversas funções: foi Inspetor das Fortalezas da Bar­ra do Rio de Janeiro e litoral de São Paulo, Paraná e Santa Catarina (Out 1880) e membro da Comissão de Promoções. Em maio de 1881, foi inspecionar o 50° Batalhão do Maranhão e proceder a exames técnicos. Em 1882, mais uma comissão, a última, como Oficial-General. Faleceu em Fortaleza, em 28 de março de 1885.

O Governo e a sociedade cearense prestaram uma homenagem ao bravo militar e filho da terra, erguendo em sua memória uma está­tua de bronze numa praça no centro de Fortaleza, que recebeu seu nome, em 6 de abril de 1888.

Nossa intenção ao homenagear esse ilustre cearense, que no corrente ano completou 182 anos do seu nascimento, é de manter sempre viva a sua história na memória da população da sua terra natal - o município de Viçosa do Ceará, onde nasceu e cresceu esse insigne militar que muito honrou sua terra nos campos de batalha.

 

FERNANDO HUGO

DEPUTADO