PROJETO DE LEI Nº 243/2018

 

INCLUI, NO CALENDÁRIO OFICIAL DE EVENTOS DO ESTADO DO CEARÁ, O DIA DA FESTA RELIGIOSA DE NOSSA SENHORA DA SOLEDADE, PADROEIRA DO MUNICÍPIO DE ICAPUÍ, NO ESTADO DO CEARÁ.

 

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ DECRETA:

Art. 1º Fica incluída, no Calendário Oficial de Eventos do Estado do Ceará, a Festa Religiosa de Nossa Senhora da Soledade, Padroeira do Município de Icapuí, comemorada, anualmente, no dia 22 de setembro.

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Sala das Sessões da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, em 06 de setembro de 2018.

 

DEDÉ TEIXEIRA

DEPUTADO

 

JUSTIFICATIVA

O fato da padroeira de Icapuí ser Nossa Senhora da Soledade e depois Patrona Paroquial da chamada região praiana, está diretamente ligada a devoção de uma família, de descendência portuguesa, cujo patriarca foi o Capitão José Rodrigues Braga, natural do arcebispado de Braga, e erradicado no Vale do Jaguaribe, no terceiro quartel do Século XVIII. Em 1783, esse personagem luso foi nomeado Capitão Mor da Ponta Grossa e Retiro Grande para a defesa e manutenção da ordem naquelas paragens. Casou-se este português com Natária Pereira de Brito (ela falecida em 1801 e sepultada na Igreja do Rosário em Aracati). Após uma grande estiagem nas chamadas Praias, no final do Século XVIII e início do Século XIX, José Rodrigues, retirou-se do litoral e transportou sua família e haveres, inclusive escravos africanos, para o Vale da Mata. Este homem também tinha imensas áreas de terra na Mata e uma delas era a Fazenda Soledade ( solidão, saudade).

Posteriormente, ainda na primeira metade do século XIX, alguns de seus descendentes, retornaram ao nosso litoral com a intenção mesmo de fixar-se. Fundaram a antiga Vila da Caiçara e idealizaram uma Casa de Orações, elegendo N. Sra. da Soledade como Patrona, já que eram devotos da Santa e já tinham, inclusive, uma propriedade evocada com o mesmo nome. Em 1848, a Câmara Municipal de Aracati já noticiava em suas Atas a existência de uma Casa de Oração na Vila da Caiçara e que, cuja padroeira era a mesma N. Sra. da Soledade.

Quando da ampliação dessa Casa de Oração para construção da atual Matriz, um personagem teve papel decisivo. O Sr. José Francisco da Rocha (o José Gregório), saiu da Caiçara (Icapuí) no final do século XIX, sozinho, angariando donativos para a construção da igreja, levando uma pequena imagem de N. Sra. da Soledade, santa esta que repousava nos altares da Capelinha da Mata Fresca, com a qual visitou as cidades de Mossoró, Apodi e Icó, e um de seus grandes parceiros nesta empreitada foi o Padre Cláudio Pereira de Farias. Este padre também dono de terras na Mata e de vários escravos.

Quanto ao fato de Nossa Senhora da Soledade ter se tornado a padroeira do município deveu-se primeiro, a transferência da Paróquia de N. Sra. do Rosário de Areias (Ibicuitaba) para Caiçara (Icapuí) por Ato Diocesano de 08 de setembro de 1942, e segundo, pelo fato de Icapuí ter se emancipado de direito em 1985.

DEDÉ TEIXEIRA

DEPUTADO