PROJETO DE LEI N.º 182/17
“ DENOMINA GUILHERME CORREIA LIMA, A ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO, LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE QUIXERAMOBIM-CE. “
A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ DECRETA:
Art. 1º - Fica denominada oficialmente de “Guilherme Correia Lima”, a Escola Estadual de Ensino Médio, localizada no município de Quixeramobim-CE
Art. 2º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação
Art. 3º – Revogam-se as disposições em contrário
EVANDRO LEITÃO
DEPUTADO
JUSTIFICATIVA
Guilherme Correia Lima nasceu no Cariri, próximo ao distrito de Belém, em Quixeramobim, em 10 de Janeiro de 1910. Filho de Manoel Correia Lima, conhecido como Correinha, e Edwirgens Lima. Foi um dos primeiros moradores do distrito. Nasceu com sua visão perfeita, mas com o decorrer do tempo foi ficando cego (aos 15 anos de idade perdeu totalmente a visão). Mesmo tendo essa limitação foi um artista e dedicou sua vida à sanfona, o que se tornou também uma terapia para que o mesmo suportasse a falta da visão. Fazia muitos forrós pé de serra com sua sanfona Pé de bode de quarenta baixos para alegrar a população local e da redondeza. Relata-se que, em uma dessas festas, tocou para Lampião e seu bando. Era o único sanfoneiro naquela época e por isso ficou bastante conhecido, sendo assim, uma influência para outros se tornarem sanfoneiros. Era chamado de Guilherme da Sanfona. Nunca estudou, mas conseguiu repassar seu conhecimento de forma singular.
Foi casado com Diva Lemos Correia, com a qual teve três filhos, José Correia Lima, Margarida Correia Lima e Sebastião Correia Lima. Após a morte de sua esposa ficou sozinho para criar seus três filhos, mas conseguiu, com muito esforço, amor e dedicação de um sertanejo dar conta de sua missão de pai.
Passou muitas dificuldades, principalmente por conta das secas que assolavam a região do Sertão Central, precisando, muitas vezes, cavar cacimbas para poder retirar água para o sustento de sua família e da comunidade, bem como dos animais. Ajudou ainda a comunidade com seu famoso pé de manga, que foi alívio para muitos, pois alguns, para não passarem fome, comiam as mangas de Sr. Guilherme.
Seus filhos, já grandes, herdaram sua tradição de sanfoneiro e se orgulham disso. Guilherme viveu seus últimos dias na casa de um dos seus filhos e veio a falecer faltando apenas três meses para seu centenário. A lucidez o acompanhou até os últimos dias. Veio a óbito por conta de uma insuficiência renal.
EVANDRO LEITÃO
DEPUTADO