PROJETO DE LEI N.º 01/2015

 

DENOMINA-SE DOM ALOÍSIO LORSCHEIDER O “HOSPITAL REGIONAL METROPOLITANO”.

 

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ, DECRETA:

 

Art. 1º – Fica denominado de Dom Aloísio Lorscheider, o Hospital Regional Metropolitano.

 

Art. 2º – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

 

FERNANDA PESSOA

DEPUTADA

 

 

 

JUSTIFICATIVA

 

Neto de alemães, dom Aloísio Lorscheider nasceu em 8 de outubro de 1924 no município de Estrela, no Rio Grande do Sul. Ele foi batizado como Leo Arlindo Lorscheider, mas passou a adotar o nome religioso de Frei Aloísio em 1944. Ordenado sacerdote em 1948, ele foi nomeado bispo em 1962.

 

Antes do episcopado, deu aulas de teologia dogmática, após fazer doutorado sobre o tema entre 1949 e 1952 no Pontifício Ateneu Antoniano em Roma. Também estudou filosofia e teologia em Divinópolis, em Minas Gerais, e no Convento dos Franciscanos.

 

Foi bispo de Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul, desde sua nomeação em 1962 até 1973. Em 1978, seu nome chegou a ser cotado como um dos possíveis para ser papa. Entretanto, o escolhido para o principal posto da Igreja Católica foi João Paulo I.

 

Dom Aloísio desempenhou importante papel na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – de 1968 a 1971 foi secretário-geral e exerceu a função de presidente da CNBB por dois mandatos consecutivos (de 1971 a 1978). Também se destacou como secretário nacional de Teologia e Ecumenismo da CNBB.

 

De 1973 a 1975 foi 1º vice-presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam). Em 1976, assumiu a presidência. Nesse mesmo ano, foi nomeado Cardeal pelo papa Paulo VI.

 

Dom Aloísio foi presidente da CNBB de 1971 a 1978, quando promoveu campanha pela reforma agrária e pelo fim dos conflitos no campo. Nessa época, recebeu inúmeras ameaças de morte.

 

Dom Aloísio tornou-se em 1973 arcebispo de Fortaleza e e exerceu a função até 1995. No Ceará, fez campanha em favor da reforma agrária e pelo fim dos conflitos de terra no estado.

 

Em 1994, ao inspecionar as condições de um presídio na Grande Fortaleza, foi feito refém pelos detentos.

 

Só foi libertado após 18 horas. Quinze dias depois, voltou ao presídio para realizar a cerimônia de lava-pés com os presos.

 

No ano seguinte, passou a ser arcebispo de Aparecida (a 167 km de São Paulo), exercendo a função de 1995 a 2004. Em razão de sua idade, o papa determinou sua substituição e o nomeou arcebispo emérito de Aparecida.

 

Para o bispo auxiliar de São Paulo, dom Pedro Luiz Stringhini, Dom Aloísio foi um grande arcebispo e teólogo. “Seu modo de vida e de ser, muito simples, são admiráveis”, comentou ele, sobre seu estilo de vida franciscano. Stringhini também lembrou da ligação de dom Aloísio com a teologia da libertação.

 

No currículo de dom Aloísio Lorscheider, também figuram atuações na Cáritas Internacional, Secretariado para a União dos Cristãos, Conselho Pontifício “Cor Unum”, Congregação para os Bispos e Congregação para o Clero, da Cúria Romana.

 

Dom Aloísio Lorscheider foi arcebispo de Fortaleza, de Aparecida e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

 

Conhecido como defensor dos direitos humanos, ele lutou pela democratização e pelo fim da tortura durante o regime militar. Em 2008, ele completaria 60 anos de sacerdócio.

 

FERNANDA PESSOA

DEPUTADA