PROJETO DE LEI N.º 87/14

 

Denomina o ano de 2015 de “Ano Humberto Teixeira" e dá outras providências.

 

A Assembléia Legislativa do Estado do Ceará promulga:

 

Art. 1º. Fica denominado o ano de 2015, de “Ano Humberto Teixeira”.

 

Art. 2º. Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, no âmbito de suas competências, coordenarão a programação dos eventos institucionais comemorativos ao Centenário de Humberto Teixeira, estando autorizado a criar parcerias com entidades e instituições, públicas ou privadas, visando ao apoio e à promoção de atividades alusivas ao fato histórico.

 

Art. 3º O Projeto de Lei Orçamentária para o exercício de 2015 poderá destinar recursos necessários para o fiel cumprimento dos ditames desta Lei.

 

Art. 4º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário.

 

Sala das Comissões,

 

LULA MORAIS

DEPUTADO

 

 

J U S T I F I C T I V A

 

No ano de 2015 Humberto Cavalcanti Teixeira, completaria 100 anos. Nascido em Iguatu em 5 de Janeiro de 1915 , Humberto Teixeira foi um advogado, deputado federal e compositor brasileiro.

 

É nacionalmente conhecido como parceiro de Luís Gonzaga, o Rei do Baião. Um grande sucesso da dupla é a composição Asa Branca, lançada em 1947.

 

Foi advogado, político, instrumentista, poeta, compositor, fundador e Presidente da Academia Brasileira de Música Popular.

 

Durante a década de 1950 foi casado com Margarida Teixeira (a atriz "Margot Bittencourt" que dentre outros trabalhos apareceu no filme O Comprador de Fazendas), que depois se separaria dele para se casar com Luís Jatobá. Da união nasceu a futura atriz Denise Dumont, mãe de seus dois netos, um deles com o ator Cláudio Marzo e outra com o roteirista e diretor inglês Matthew Chapman. Em 2009, Denise Dumont produziu o documentário sobre a vida do pai, O homem que engarrafava nuvens.

 

BIografia

 

Era filho de João Euclides Teixeira e Lucíola Cavalcante Teixeira. Desde cedo apresentava aptidões para a música; aos seis anos, aprendeu a tocar  versão francesa da gaita de foles. Aprendeu musette também flauta e bandolim. O seu tio Lafaiete Teixeira, foi o responsável pelos seus primeiros ensinamentos musicais, era maestro e tocava vários instrumentos.

 

Aos 13 anos, depois de ter editado sua composição Miss Hermengarda, tocava flauta na orquestra que musicava os filmes mudos no Cine Majestic de Fortaleza. Aos 15 anos radicou-se no Rio de Janeiro onde, aos 18 anos, em 1934, foi premiado com  pela revista O Malho num Meu Pecadinho concurso de música carnavalesca.

 

Em 1943, formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Nesta época já tinha composto sambas, marchas, xotes, sambas-canções e toadas e tentava lançar o ritmo nordestino "balance" ou "balanceio" tocado pelo parceiro Lauro Maia 1 (com quem compôs "Deus me perdoe" e "Vamos balancear"). Em 1944, tinha gravado a primeira música, em parceria com Lírio Panicalli, o samba apoteótico  Sinfonia do Café, cantado por Deo.

 

Seu encontro com Luís Gonzaga se deu em agosto de 1945. Em conversa animada surgiu a intenção de valorizar o ritmo nordestino, que já vinha sido introduzido no ambiente cultural carioca com o balancê. Assim, xote e principalmente o baião tinham prioridades. Surgiu o primeiro sucesso da dupla, denominado No Meu Pé de Serra. Em 1947, a dupla comporia o maior sucesso, "Asa Branca". A dupla tornou o Baião um sucesso nacional e internacional, bastante executado até meados da década de 1950.

 

Após o término da parceria com Luís Gonzaga, Humberto compôs Kalu, para a cantora Dalva de Oliveira e Adeus, Maria Fulô, com Sivuca, para Carmélia Alves.

 

No ano de 1954, Humberto Teixeira candidata-se a deputado federal, passando dois meses

fazendo campanha no sertão cearense, ao lado de Luís Gonzaga. Estiveram em Iguatu para dar uma força ao candidato a prefeito, Dr. Meton Vieira, a quem presentearam com uma música para a campanha.

 

Humberto Teixeira elegeu-se deputado com cerca de 12 mil votos. Teve destaque na Câmara Federal, quando do seu empenho na defesa dos direitos autorais. Conseguiu aprovar a  Lei Humberto Teixeira&,39; que permitia maior divulgação da música brasileira no exterior, através de caravanas musicais financiadas pelo Governo Federal. Humberto Teixeira levou para o exterior Valdir Azevedo, Francisco Carlos, Dalton Vogeler, Leonel do Trombone, o guitarrista Poly, a cantora Marta Kelly, o acordeonista Orlando Silveira, o Conjunto Radamés Gnatalli, o maestro Quincas e seus Copacabanas, Vilma Valéria, Carmélia Alves, Jimmy Lester, Léo Peracchi, Sivuca e muitos outros.

 

As canções de Humberto Teixeira foram interpretadas principalmente por Luís Gonzaga, mas outros cantores de expressão nacional também tiveram este privilégio; foram eles:Dalva de Oliveira, Carmélia Alves, Geraldo Vandré, Gilberto Gil, Fagner, Caetano Veloso, Gal Costa, Elba Ramalho, etc.

 

Eleito por três anos consecutivos o melhor compositor do Brasil, de Humberto Teixeira se disse: O Doutor do Baião, quebrando rotinas e cânones, imprimiu novos rumos à seresta nacional. Com o baião, fincou-se um novo marco na evolução da música popular brasileira.

 

Representou o Brasil na Noruega, França e Itália, como delegado especial junto ao XVIII

Congresso Internacional de Autores e Compositores.

 

Humberto Teixeira morreu aos 64 anos, no dia 3 de outubro de 1979, de enfarte de miocárdio, em São Conrado, no Rio de Janeiro.

 

Em sua homenagem e reconhecimento, foi batizada com seu nome a Rodovia CE-021 (que liga Iguatu a Fortaleza), a Agência do Banco do Nordeste do Brasil de Iguatu e o Centro Cultural Iguatuense.

 

Sala das sessões, 11 de novembro de 2014

 

LULA MORAIS

DEPUTADO