PROJETO DE LEI N.º 72/2013

 

FICA DENOMINADA OFICIALMENTE DE DR. MARCELLO MORENO TEIXEIRA E DR. LEONARDO MORENO TEIXEIRA A UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO – UPA LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE IGUATU, ESTADO DO CEARÁ.

 

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ, DECRETRA:

 

Art. 1º - Fica denominada oficialmente de Dr. Marcello Moreno Teixeira e Dr. Leonardo Moreno Teixeira a Unidade de Pronto Atendimento – UPA localizada no Município de Iguatu, Estado do Ceará.

 

Art. 2º - Esta Lei entra em vigor da data de sua publicação.

 

Art. 3º - Revogam-se as disposições em contrário.

 

PAÇO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, aos 16 de abril de 2013.

 

DEPUTADO JOSÉ ALBUQUERQUE

Presidente

 

JUSTIFICATIVA

 

Marcello e Leonardo Moreno Teixeira foram dois jovens inigualáveis! Nasceram na cidade de Iguatu em 09 de agosto de 1980 e em 24 de dezembro de 1982, respectivamente. Filhos do médico e político mombacense Dr. Nelson Benevides Teixeira, natural de Iguatu.

 

Os jovens Marcello e Leonardo tiveram 3 irmãos, Mabelle, Régis e Larissa com os quais viveram a infância, adolescência e boa parte da juventude. Durante a infância, iniciaram seus estudos na cidade de Mombaça, onde seus pais residiam na época e onde sempre presenciaram o empenho e dedicação de seu pai, médico, para com seus pacientes e com o povo. Nesse período surgiu no coração de Marcello e Leonardo o desejo de seguir a profissão do pai.

 

Após vivenciar boa parte da infância e iniciar seus estudos de alfabetização e primário em Mombaça, Marcello e Leonardo foram dar continuidade à sua vida estudantil em Fortaleza, onde concluíram o primeiro grau no colégio Kerigma e o segundo grau no colégio Batista. Desde esse tempo já era bastante claro o desejo de serem médicos. Não passava despercebido para professores e colegas que os irmãos Marcello e Leonardo iriam seguir a profissão do pai. Estavam sempre disponíveis a ajudar quem os procurasse e para eles o mais importante era o bem estar do próximo.

 

Ambos assumiram desde muito jovens responsabilidades e bom caráter que com eles carregariam até o fim de suas vidas.

 

 

 

Em 2002 ingressaram no curso de medicina, onde desde o início sempre que podiam acompanhavam o pai no Hospital e Maternidade Antonina Aderaldo Castelo e nos postos de saúde do Programa de Saúde da Família, em Mombaça. Na cidade de Iguatu os jovens irmãos também deixaram seu legado de atenção e amor aos pacientes, quanto exerceram a medicina na Casa de Saúde Agenor Araújo e no Hospital Regional.

 

Foi durante a época em que acompanhavam o pai que Marcello e Leonardo começaram a mostrar seus talentos, tanto na relação médico – paciente como com toda a equipe de funcionários dos hospitais. Tais relações solidificaram cada vez mais a certeza que Marcello e Leonardo tinham de que queriam ser médicos; que queriam ser instrumentos para salvar vidas.

 

Em 2007 ambos estavam no internato, período acadêmico onde a vivência em hospital é bem maior.

 

Durante essa fase, Marcello e Leonardo exerceram o internato no Hospital Regional de Iguatu, através de um convênio que foi aberto entre a faculdade que cursavam medicina em Araguaína -TO (ITPAC – Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos) e o Hospital Regional de Iguatu. Os dois últimos anos de faculdade de Marcello e Leonardo foram dentro do Hospital Regional, onde tiveram a oportunidade de aprender muito com seu pai e com os demais médicos que lá trabalham.

 

Foi também nesse período que os irmãos doaram o melhor de si, o melhor de seus estudos em prol da saúde do povo. Sempre priorizaram uma medicina humanizada, espelhados na conduta de seu pai. Por tais razões, mesmo sem ainda portarem o diploma de medicina, já haviam conquistado a confiança de todos que por suas mãos passaram, sendo vistos por muitos como grandes médicos.

 

No entanto, essa linda trajetória de amor à medicina, de amor aos estudos, de amor ao próximo, de amor ao povo iguatuense foi tragicamente interrompida em 2007, quando Marcello, aos 26 anos e Leonardo, aos 24 anos de idade, tiveram suas vidas e sonhos ceifados.

 

Os dois jovens irmãos foram vítimas da violência urbana que a cada dia aumenta de forma desenfreada, exterminando nossos jovens e mutilando sonhos e ideais.

Tamanha vontade que ambos tinham de ajudar ao próximo, a facilidade com que se solidarizavam com a dor dos pacientes ficou como uma grandiosa recordação dos jovens médicos. Suas ações e condutas até hoje são lembradas por muitos e o sentimento de gratidão é presente nas orações de muitas pessoas que

foram atendidas por Marcello e Leonardo.

 

Ambos ficaram pouco tempo nessa vida, mas deixaram exemplo de dedicação, respeito, amizade e amor por onde passaram.

 

 

 

 

 

 

 

Pelo exposto, tenho a certeza de que os nobres pares desta Augusta Casa Legislativa emprestarão o necessário apoio à presente proposição, conferindo a sua tramitação o necessário empenho, para que no espaço mais breve venha assim, esta proposta a ser transformada em realidade.

 

PAÇO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 16 de abril de 2013.

 

JOSÉ ALBUQUERQUE

DEPUTADO