PROJETO DE LEI 87 /2010

   

Institui a “a árvore Ipê”, como Símbolo do Ensino Superior da Região do Cariri no Estado do Ceará.

  

 

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ.

D E C R E T A:

 

Art. 1º - Fica instituído a árvore Ipê como símbolo do ensino superior da região do Cariri no Estado do Ceará.

Art. 2º -   Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


SALA DA SESSÃO, em 06 de abril de 2010.

 

 

Deputado Professor Teodoro

 

 

 

 

 

 

J U S T I F I C A T I V A

 

O Projeto que apresentamos, visa tão somente preservar a história do ensino superior de uma das mais conhecidas regiões do Estado do Ceará. Instituir a Árvore Ipê símbolo do ensino superior da região do Cariri é valorizar a cultura desta região do Ceará.

 

Desde os primórdios da colonização brasileira, a Igreja Católica tem marcado presença em todos os momentos importantes da vida nacional e, de maneira particular, no Estado do Ceará.

 

No trabalho de evangelização, a Igreja cearense se notabilizou  pela preocupação constante na formação dos seus jovens clérigos em especial, e da comunidade em geral. 

 

A fundação do Seminário da Prainha em Fortaleza, aos 18 de outubro 1864, com seus benéficos frutos para a educação no Ceará, foi o primeiro passo para desencadear todo um trabalho voltado para formação de jovens que pretendiam se entregar à vida sacerdotal.  

 

O segundo passo foi a criação do Seminário São José, do Crato, em de 7 de março de 1875, que teve como primeiro reitor o Pe. Lourenço Vicente Enrile, missionário lazarista italiano.

 

Dos primeiros 59 alunos, 11 chegaram a se ordenar. A fundação do seminário se deu bem antes da criação da diocese do Crato, que só veio ocorrer 39 anos depois, em 20 de outubro de 1914, pelo papa Bento XV, através da bula papal “Catholica e Ecclesiae”, quando foi desmembrada do território da Diocese do Ceará.

 

Vale ressaltar que em 1871, Pe. Cícero Romão Batista, recém ordenado, lembrara a dom Luis Antonio dos Santos, Bispo do Ceará, as vantagens de fundação do Seminário do Crato.

 

A instituição seminário é relativamente recente na história da igreja. Caracterizou uma época marcada pelo Concílio de Trento (1545 a 1563), quando então a Igreja começou a dar sistematização à formação intelectual, humana e espiritual dos seus sacerdotes, contribuindo desta forma para melhor evangelização do povo de Deus.

 

De 1875 a 1967, o Seminário São José, do Crato, que foi fechado e reaberto várias vezes, recebeu 1.858 alunos, dos quais 139 se ordenaram sacerdotes.

 

Os demais alunos se destacaram em diversas profissões, contribuindo decisivamente para o desenvolvimento socioeconômico e cultural do Cariri e em todo o Estado do Ceará.

 

 

Em 1967, a direção do Seminário formada pelo reitor Pe. Antonio Teodósio Nunes e os auxiliares Pe. Antonio Rodrigues Maia e Pe. João Bosco Cartaxo Esmeraldo, se tornou a Equipe de transição  que fechou o regime de aulas internas até o ano de 1995, quando dom Newton Holanda Gurgel (4º bispo- 24/11/1993 a 2/5/2001) abre o curso de Filosofia, e dom Fernando Panico, 5º bispo do Crato, desde 2 de maio de 2001, abre o curso de Teologia, tendo sido nomeado reitor (o vigésimo), o Pe. Willian René Palacios Sanchez .

 

Ao comemorarmos os 135 anos de fundação do Seminário São José do Crato, demonstramos a preocupação da Igreja Católica com a boa formação dos jovens, não só em relação à preparação de seu clero, como também do laicato de toda região do Cariri.

 

Essa insistência nas tentativas de funcionamento nos permite comparar com a sobrevivência dos caules de ipê fincados na construção da capela em 1873 e que voltaram a florescer e a sobreviver. Seria o caso,  de aqui sugerirmos fosse o ipê eleito árvore, símbolo do ensino superior no Cariri.

 

Ressalte-se ainda que, a exemplo da Arquidiocese de Fortaleza e da Diocese de Sobral, a Diocese do Crato criou a Faculdade de Filosofia do Crato, em 1959, instituição posteriormente incorporada à Universidade Regional do Cariri (Urca), criada em 9 de junho de 1986 pelo governador Gonzaga Mota.

 

Como seu primeiro Reitor, assumi em 7 de março de 1987, encarregado de colocar em prática o projeto do professor Antônio Martins Filho, que sonhava uma universidade regional para o Cariri, pude acompanhar de perto todo o processo de encampação de cursos da UECE e de faculdades existentes.

 

Sei bem a importância do Seminário São José para chegarmos à concretização da Urca.

A semente plantada no Seminário, como diz a etimologia da palavra, germinou outra instituição, como a Faculdade Católica do Cariri, com os cursos de Filosofia e Teologia, criada pelo bispo dom Fernando Panico.

 

A colheita se apresenta na forma de tantos luminares, celebridades que fazem parte da elite intelectual e política de nosso Estado e de Estados vizinhos, que estudaram naquela instituição, mantida com tanto zelo pela Igreja Católica.

 

 

 

Deputado Professor Teodoro