PROJETO DE LEI Nº. 03/09

 

 

INSTITUI O DIA ESTADUAL DO POETA CEARENSE

 

       A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ DECRETA:

 

Art. 1º - Fica instituído o Dia do Poeta Cearense, a ser celebrado, anualmente, no dia 05 de março.

 

Art. 2º - O Dia Estadual do Poeta Cearense integrará o calendário oficial de eventos do Estado do Ceará.

 

Art. 3º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

 

Art. 4º - Revogam-se as disposições em contrário.

 

SALA DAS SESSÕES DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ, 02 de fevereiro de 2009.

 

 

 

DEPUTADO EDSON SILVA

 

 

 

JUSTIFICATIVA

 

 

Este Projeto de Lei representa uma homenagem ao Poeta Cearense, representativa ao centenário do nascimento do Poeta Antônio Gonçalves da silva, popularmente conhecido como Patativa do Assaré.

 

Nascido aos 05 de março de 1909, na Serra de Santana, em uma pequena propriedade rural, no município de Assaré, no Sul do Ceará, a 490 (quatrocentos e noventa) quilômetros de Fortaleza, este ilustre cidadão cearense teve uma trajetória de vida marcada por dificuldades desde os primórdios de sua infância.

 

Proveniente de uma família de agricultores, o menino Antônio Gonçalves cresceu ouvindo histórias, ponteios de viola e folhetos de cordel. Com apenas oito anos, perdeu a visão de um olho, seu pai faleceu e passou a trabalhar na roça para ajudar a prover o sustento da família. Nesse mesmo período, ele trocou uma ovelha de seu pai por uma viola. Pouco tempo depois, a fama do menino violeiro se espalhou.

 

Aos doze anos de idade foi estudar em uma escola local, lugar o qual frequentou por poucos meses, tendo, contudo, conseguido se alfabetizar. Mesmo antes disso, já compunha versos próprios.

 

Nessa época, muitos poetas populares eram chamados de patativas porque viviam cantando versos. Então, para melhor ser identificado, Patativa adotou o nome de sua cidade. Contudo, muitos afirmam que tal apelido ficou estabelecido porque sua poesia era comparável à beleza do canto dessa ave.

 

Por volta de seus 20 (vinte) anos de idade, Patativa do Assaré viajou para os estados do Pará e de Macapá, onde apresentava-se como violeiro, tendo por lá enfrentado muita peleja com cantadores.

 

Quando retornou ao Ceará para trabalhar na terra, passou a frequentar constantemente a Feira do Crato, onde participava do programa da rádio Araripe declamando seus poemas. Numa dessas ocasiões, José Arraes de Alencar, convencido do potencial do poeta, ofertou-lhe o incentivo e apoio necessários para a publicação de sua primeira obra, Inspiração Nordestina. Após, Patativa do Assaré foi autor de muitos outros livros, poemas e músicas.

 

A dimensão da obra de Patativa é estonteante. Admirava-se sua capacidade de criar versos tanto nos moldes populares quanto clássicos, de abordar temas políticos, sociais, filosóficos, líricos, humorísticos, irônicos, entre outros, sendo difícil enquadrar tais obras em um só gênero.

 

Patativa do Assaré é figura representativa não somente dos sertanejos nordestinos e dos trabalhadores rurais, mas de todos os injustiçados, oprimidos e marginalizados. Sua poesia retrata com autenticidade o sentimento dessa classe social.

 

Por seus trabalhos como cantador, violeiro, improvisador, poeta de bancada, autor de livros, poemas, cordéis e músicas, Patativa do Assaré foi nomeado por cinco vezes Doutor Honoris Causa, além de ter ganhado vários outros prêmios e títulos de homenagens.

 

Em 08 de junho de 2002, Patativa do Assaré faleceu em sua cidade natal deixando para nós o legado de suas obras.

 

 

A homenagem aqui apresentada resta evidenciada em nome do Poeta Cearense de maior representatividade, Patativa do Assaré, todavia declinamos o mesmo enlevo e respeito aos demais Poetas Brasileiros.       

 

SALA DAS SESSÕES DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ, 02 de fevereiro de 2009.

 

 

 

DEPUTADO EDSON SILVA