PROJETO DE LEI Nº 328/09

 

Denomina de Gerardo Majella Mello Mourão a Escola de Ensino Médio do distrito de Matriz de São Gonçalo em Ipueiras

 

 

Art. 1º Fica denominada de Gerardo Majella Mello Mourão a Escola de Ensino Médio de Matriz de São Gonçalo no município de Ipueiras.

 

Art. 2º Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

 

 

 

Deputado Nelson Martins

Partido dos Trabalhadores

Líder do Governo

 

 

Sala das Sessões da Assembléia Legislativa do Ceará em, _____ de dezembro de 2009

 

Justificativa

 

            Nascido em Ipueiras, a 08 de janeiro de 1917, Gerardo Mello Mourão morreu vítima de falência múltipla de órgãos. Ele chegou a ser indicado ao prêmio Nobel de Literatura em 1979. Em 1996 ganhou o troféu Sereia de Ouro.

         O poema épico “A Invenção do Mar”(prêmio Jabuti de 1999) é o livro mais popular de Gerardo Mello Mourão, ao lado de “O Valete de Espadas”, considerado pela crítica o primeiro romance expressionista da literatura brasileira. Com estes e outros títulos, Gerardo foi traduzido em várias línguas. Em seu último livro, “O Bêbado de Deus”, o poeta fez uma biografia romancedada de São Gerardo de Majella. A vida do santo italiano nascido em 1726 é contada, segundo suas palavras, “com a ingênua simplicidade da linguagem infantil de todos os seus gestos”.

         Feliz com o reconhecimento de sua terra natal, o escritos, poeta e jornalista manifestou importantes detalhes de sua vida, sua obra e de sua visão de mundo em entrevista ao Diário do Nordeste, em 1996, por ocasião de sua homenagem com o troféu Sereia de Ouro. “Receber grandes prêmios internacionais não me importa muito. O que me enternece mesmo é receber a láurea da Sereia de Ouro no Ceará, como um aceno que me faz da eternidade o grande e saudoso Edson Queiroz. Esta sim, é a glória que fica, eleva, honra e consola, como queria Machado de Assis”.

         Ao comentar sua visão sobre os rumos do País, o escritor não abria mão de demonstrar todo o esplendor de sua formação clássica. “Não sou otimista nem pessimista. Creio no Brasil. Não podemos tomar consciência da nação e de sua grandeza, enquanto não se criar aqui uma educação para o desenvolvimento do homem, sem a qual não pode haver desenvolvimento da Pólis”, considerou, lastimando também o quadro cultural brasileiro e comparando Caetano Veloso e Chico Buarque a Dercy Gonçalves, Tiririca e “outros produtos de imbecilidade generalizada”.

         O escritor afirmou, na época, que ninguém o seduzia literariamente, considerando sua obra antiacadêmica, desprezando, inclusive, a Academia Brasileira de Letras, cuja cadeira só disputou, uma única vez, por insistência dos amigos. Sobre sua obra, privou-se de maiores comentários. “Tenho apenas aquela certeza humilde e soberba de Keats: “Acho que meu nome estará entre os poetas de meu tempo, depois de minha morte”.

         Na pré-adolescência, Gerardo Mello Mourão vislumbrou a vida religiosa, ao ser levado a um seminário redentorista em Congonhas do Campo, Minas Gerais. “Eu queria ser santo”, revelou, remetendo-se aos 17 anos, quando tomou hábito dos Padres de Santo Afonso em um convento de Juiz de Fora. “Faltou-me o heroísmo”, admitindo dificuldades em adaptar-se à vida monástica. Já no Rio, seus familiares estimularam a trajetória militar quase tão dura como a vida de monge. “Claro, não deu certo. Estava picado pela literatura, pela poesia, opção, de resto, mais exigente que qualquer outra”. Vira professor e, influenciado por Alceu de Amoroso Lima, o Tristão de Athayde, torna-se integralista. “Não tenho do que me arrepender, participei do mais fascinante grupo de inteligência do País”, afirmou, pontuando princípios defendidos pela doutrina marxista. Atuando como jornalista(inclusive em Pequim, entre 1980 e 1982, pela Folha de São Paulo), Mourão foi deputado federal por Alagoas, mas desiludiu-se da atividade.

 

 

 

 

Deputado Nelson Martins

Partido dos Trabalhadores

Líder do Governo