PROJETO DE LEI Nº 215/09
Denomina de Rodovia Antonio Maurício Lira Alves a CE 463, em Santa Quitéria, que liga o distrito de Lisieux a CE 362
Art. 1º Fica denominada de rodovia Antonio Maurício Lira Alves a CE 463 que liga o Distrito de Lisieux, em Santa Quitéria, à CE 362 que dá acesso aos municípios de Forquilha e Sobral.
Art. 2º Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Deputado Nelson Martins
Partido dos Trabalhadores
Líder do Governo
Sala das Sessões da Assembléia Legislativado Ceará em, _____ de setembro de 2009
Justificativa
É uma proposta de nome para a rodovia CE 463 que dá acesso a CE 362 ligando os municípios de Forquilha e Sobral à Santa Quitéria que será construída no Distrito de Lisieux – Santa Quitéria. O projeto da rodovia já foi aprovado e os recursos disponibilizados. Lisieux ganha merecidamente essa obra, visto que é o maior distrito do maior município do Estado do Ceará que é Santa Quitéria.
Seu crescimento constrata com o da maioria dos distritos da região noroeste do Estado, pois tem como marco inicial a celebração da primeira missa em 20 de dezembro de 1960, quando só havia a pequena capela ainda em construção e duas casas ao redor da igreja. Hoje, tem mais de 800 prédios, entre residenciais, comerciais, públicos e comunitários e, uma população de mais de 8 mil habitantes, incluindo a área rural do distrito.
O distrito de Lisieux também está encravado no meio de uma vasta zona rural, que inclui áreas de vários municípios circunvizinhos. O comércio de Lisieux se encontra atualmente bem desenvolvido e é a principal fonte de renda da população que de maneira direta depende muito dessa estrada para continuar melhorando os serviços e as atividades comerciais. Sem falar que os estudantes universitários também serão agraciados com essa facilidade de condução e conseqüentemente gerar mais mão de obra qualificada para a região. O desejo da comunidade de Lisieux e das regiões vizinhas de uma estrada asfaltada, já havia sido expressada diversas vezes, pois a muito tempo sofriam com as condições precárias do caminho, principalmente no período do inverno que chega a “cortar” a estrada, deixando os habitantes isolados. O sonho da população será realizado graças ao empenho dos deputados Ivo Gomes, hoje chefe de gabinete do Governador Cid Gomes e do deputado Nelson Martins, hoje líder do Governo da Assembléia Legislativa. Também por intermédio da forte articulação do ex-vereador de Santa Quitéria e líder comunitário José Wellington Araújo Moura juntamente com outras pessoas influentes.
Quando surge a discussão sobre o nome da estrada é natural que se pense em alguém que teve uma participação positiva na vida da comunidade, ou de alguém que contribuiu para a existência, do projeto, ou ainda alguma autoridade vinculada à questão. Importante ressaltar que o nome de Antonio Mauricio Lira Alves surgiu de imediato em virtude do que se coloca acima. Lisieux é uma “cidade” nova e a maioria de seus moradores ainda vive e luta nessa terra. Alguns já falecidos, deixaram sua marca na vida das pessoas e da comunidade. Uma dessas pessoas é Antonio Mauricio Lira Alves. Com muita simplicidade, disponibilidade e responsabilidade desempenhou um importante papel, como motorista durante boa parte de sua vida nessa comunidade.
ONDE NASCEU
Antonio Mauricio Lira Alves, nasceu a 26 de dezembro de 1964, na Fazenda Pocinhos, pequena propriedade rural, hoje município de Forquilha, localidade próximo a Lisieux.
QUEM FOI ANTONIO MAURÍCIO LIRA ALVES
Era filho de Francisco Ferreira Alves (in memorian) e Francisca Lira Alves. Francisco Ferreira ou “Ferreirinha” como era conhecido, era agricultor e Francisca Lira Alves era dona de casa. Tiveram sete filhos, permanecendo vivos seis. Antonio Maurício era o segundo filho mais velho participante de uma família simples, honesta e digna, e sendo filho de agricultor, teve dificuldade para estudar. Naquela época não tinha escola no sertão e muito menos qualquer oportunidade de ir para uma outra na cidade. Como todo sertanejo tinha que trabalhar duro na roça e estudar pouco (no caso dele só até a 4ª Série que hoje é o 5º Ano), com a professora Dona Ritinha (moradora da Fazenda Pocinhos na época) que ajudava os filhos de agricultores humildes.
Seu pai em busca de uma vida melhor para sua família mudou-se para Lisieux, onde tornou-se comerciante transmitindo esse dom aos filhos. Como todo bom homem Antonio Mauricio casou-se, muito jovem, com Edileuza Rodrigues Duarte (filha de Gerardo Galdino e Maria Rodrigues), filha de Lisieux, com quem teve três filhos homens: Emílio Duarte Alves, Edilio Duarte Alves e Amauri Duarte Alves. O jovem sertanejo começou a trilhar sua vida como ajudante do senhor Raimundo Nonato Araújo, que ainda hoje trata-se de um fazendeiro, comerciante e político influente da região de Lisieux, que transportava a população em seu caminhão que, aliás, era o único meio de transporte da época, levando-os até Sobral.
Com o passar dos anos Antonio Mauricio tornou-se comerciante não esquecendo o oficio de ajudante do próspero fazendeiro, sendo aos poucos reconhecido como uma pessoa humilde, honesta e que gostava de ajudar as pessoas, conquistando muitos amigos e tornando-se importante para a população.
Na década de 90 (noventa) foi trabalhar como motorista da principal linha de ônibus que ligava Lisieux à Sobral, foi ai que tornou-se mais conhecido e importante para a vida da comunidade, porque não era apenas o motorista Mauricio e sim o amigo Mauricio. Logo ao amanhecer tratava-se de organizar e agradar á todos que iam com ele viajar, em todos os momentos da viajem era atencioso e só parava quando o último em sua casa deixava. Tinha passageiros fieis que nele confiavam, pois apesar das condições precárias do veículo em que trafegavam, sabiam que na estrada ou no meio do caminho não iam ficar porque a atenção e o cuidado era tamanho que sempre Mauricio arranjava uma solução. O povo não viajava de ônibus e sim com o Mauricio. Não viajavam com o motorista, e sim com o amigo, ajudante, portador e mecânico. Muitas vezes também batalhava na luta juntamente com outros usuários da rodovia para tapar os buracos do caminho que percorria todos os dias. Era aquele que todos podiam contar a qualquer hora do dia ou da noite, não media esforços para ajudar mesmo cansado ou com fome sempre estava à disposição dando o melhor de si para acudi com a maior felicidade do mundo.
Homenagear uma pessoa do povo que sempre lutou pelo povo é uma grande honra. Antonio Mauricio merece essa homenagem por tudo que fez pela população, se identificando sempre com os mais humildes com um sorriso estampado no rosto. Quem o conhecia sabe que a missão dele era servir a todos que precisavam, uma pessoa sem inimigos e com uma grande bondade no coração.
Líder do Governo