PROJETO DE LEI N.º 16/15
Denomina Raimundo Adjacir Cidrão Oliveira a Escola de Ensino Médio no Distrito de Marrecas, no município de Tauá.
A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ
decreta:
Art. 1º. Fica denominada Raimundo Adjacir Cidrão Oliveira a Escola de Ensino Médio no Distrito de Marrecas, no Município de Tauá, no Estado do Ceará.
Art. 2º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Sala das Sessões da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará.
ODILON AGUIAR
DEPUTADO
JUSTIFICATIVA
Raimundo Adjacir Cidrão nasceu na cidade de Tauá no dia 11 de fevereiro do ano de 1929. Seu pai, Chermont Alves Oliveira, e sua mãe, Abigail Cidrão de Oliveira, ambos oriundos da cultura ruralista da qual o filho aborveu o labutar do homem do sertão com empenho e dedicação.
Percebe-se a notoriedade da alcunha de filho de Tauá, já que sua lembrança representa a autenticidade de um homem forte em seus princípios e valores. Prova disso é que ainda na infância, com apenas nove anos de idade, percebendo seu pai enfermo, sentiu-se na reciprocidade de ajuda-lo no comércio. Contudo não parou por aí. Iniciou um caminho próprio dos adultos e, plantando a semente do trabalho no mundo dos negócios, colheu sucesso em sua vida empresarial.
Este destemido tauaense buscou infundir como rotina de seu trabalho madrugar todas as sextas-feiras e, em montaria solitária, sair pelas estradas dos Inhamuns para adquirir produção agrícola, para negociar no município de Tauá. Desta forma enveredou na vida de comerciante.
Com espírito inovador, em sua juventude adquiriu uma frota de bicicletas para alugar aos demais jovens de Tauá. Com isso avigorava sua renda pessoal, a qual possibilitou a abertura de um armazém de cereais, especializando-se na compra e venda de farinha de mandioca, investindo também em produtos próprios de Tauá.
Destimido, almejou desbravar outros horizontes além de sua cidade. Assim o fez, seguindo seu sangue de homem empreendedor, que sentia quando uma região tornava-se promissora. Seguiu ao Cariri, fincando-se na cidade de Juazeiro do Norte, terra do reverenciável Padre Cícero, incrementando a oportunidade de desenvolver seus negócios naquela região.
Já em Fortaleza, pluralizou suas atividades empresariais, investindo nos ramos da construção civil, dos transportes e das indústrias alimentícia, de confecção, do couro e dos tecidos. Ressalte-se que estas atividades alavancaram a economia regional e propiciaram a oferta de mais de 5.000 empregos diretos ao mercado de trabalho do Ceará.
Com o passar dos anos, consolidou em suas ramificações empresariais largos investimentos no mercado imobiliário, adquirindo inúmeros imóveis tanto em Tauá, sua cidade natal, como em Fortaleza, sua cidade do coração. Ainda encontrou tempo para administrar empresa financeira de fomento mercantil própria.
Um dos aspectos mais preponderantes de sua personalidade sempre foi a afirmação de suas origens.
Observando sua trajetória, percebia-se que ele saiu do sertão, mas o sertão não saiu dele. Prova disso é que, já em sua maturidade, retornava a cada 15 dias a Tauá para dedicar-se à manutenção de suas propriedades rurais regozijando-se com seus valiosos momentos na sua Fazenda de Cajazeiras.
Um homem de sucesso é a definição mais precisa de Adjacir Cidrão, em virtude de sua trajetória. É relevante identifica-lo como mestre, especialmente no seio familiar. Conseguiu, com êxito, transmitir valores como honestidade, simplicidade, garra e força de trabalho, realidades perpetuadas entre filhos, netos e bisnetos.
O futuro pertence exclusivamente aos fortes, àqueles que acreditam em seus sonhos e buscam alcança-los. E Adjacir Cidrão sempre acreditou nos seus, com perseverança e dedicação. Esta qualidade – ser forte – supera o físico e transborda a essência do ser humano, desaguando na gentileza de como tratar os funcionários de suas empresas, marca registrada do bom convívio com colaboradores na fazenda e na cidade.
Ratifica-se que a homenagem a Adjacir Cidrão é merecida face à trajetória do morador histórico de Tauá, simbolizada pelos valores de sua gente. Além do mais, honrou a vida, fazendo por merecer cada oportunidade que lhe foi apresentada, valorizando as dádivas do viver, como sua família e o mundo dos negócios.
Assim, além da saudade, desde sua partida no dia 21 de abril de 2013, da lembrança de sua presença fica a lição da vitória do SER ante o TER, de, por mais que a vida mude, só mudarmos para melhor.
ODILON AGUIAR
DEPUTADO