PROJETO DE LEI N.º 44/2014

Denomina oficialmente de Professor Itamar Filgueiras o trecho da Rodovia CE 451, que liga a sede do município de Guaiúba ao distrito de Itacima, no estado do Ceará.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ DECRETA:

Art. 1º Fica denominada de Professor Itamar Filgueiras o trecho da Rodovia CE 451 que liga a sede do município de Guaiúba ao distrito de Itacima, no estado do Ceará.

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

PAÇO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ.

DEDÉ TEIXEIRA

DEPUTADO

JUSTIFICATIVA

Filho do agricultor José Tavares Filgueiras e da professora Julieta Macedo Filgueiras, JOSÉ ITAMAR MACEDO FILGUEIRAS, nasceu em 16 de maio de 1944, na cidade de Lavras da Mangabeira (CE), onde passou a infância. Foi alfabetizado e preparado para o exame de admissão ao ginásio por sua genitora.

Aos 12 anos, ingressou no Seminário São José, na cidade do Crato, onde cursou como aluno interno, o ginásio e o colegial, transferindo-se para o Seminário da Prainha, em Fortaleza, onde esteve matriculado até 1965, quando convenceu seus familiares que não tinha vocação para o clero.

Desligando-se do Seminário, prestou vestibular para o curso de letras da Universidade Federal do Ceará e se iniciou na profissão para a qual realmente tinha vocação: o magistério. Começou como professor de Língua Portuguesa do Curso de Admissão ao Ginásio do Centro de Educação Agapito dos Santos, em março de 1966.

Mesmo trabalhando dois expedientes para se manter e estudando no terceiro, cursou a Faculdade com brilhantismo, formando-se em 1969, quando já se encontrava casado com a professora Luzia Filgueiras, com quem teve três filhos e partilhou sua vida até a morte.

Como professor de Língua Portuguesa foi acima de tudo um educador, atuando prioritariamente no Ensino Médio (ou equivalente), foi corresponsável pela educação escolar de várias gerações de alunos de muitos colégios de Fortaleza, tanto na rede pública como particular.

Logo após a formatura, prestou concurso – e passou em primeiro lugar – para o Colégio Municipal Filgueiras Lima e para rede estadual de ensino, sendo lotado no Colégio Castelo Branco, onde atuou, inclusive como vice-diretor.

Na rede particular ensinou nos colégios Capistrano de Abreu, Cearense Sagrado Coração, Sistema, Gustavo Barroso, Castelo Branco, Rui Barbosa, Santa Cecília (onde foi coordenador da 3ª série do 2º grau), Christus, Geo-Stúdio (do qual foi sócio fundador), Batista Santos Dumont, Master e 7 (Sete) de

Setembro.

Foi um dos mais renomados professores atuantes na preparação de alunos para o vestibular em Fortaleza, tendo ensinado Língua Portuguesa nos cursos Pré-Vestibulares: Instituto Pedagógico Cearense, Tony, Gregório Mendel, Cipam, Impacto, Skema e Geo-Stúdio.

Prestou serviço junto à Secretaria de Educação do Ceará, como professor de Língua Portuguesa, em cursos de reciclagem para professores; como membro da equipe elaboradora dos currículos de Língua Portuguesa e Literatura e como membro da Comissão Examinadora de Concurso Público para professores de Língua Portuguesa da rede estadual.

Em 1977 ingressou, como professor, na Universidade Estadual do Ceará, de onde se encontrava aposentado. Nesta Universidade, além de exercer as funções de magistério como professor de Língua Portuguesa, foi Coordenador da Área de Comunicação e Expressão do Ciclo Básico e, mais uma vez, Membro da Comissão Examinadora de Concurso Público para professor de Língua Portuguesa, desta vez na Universidade.

É autor de várias apostilas de Língua Portuguesa, adotadas nos cursos Pré-Vestibulares em que foi professor, sendo de sua autoria igualmente, o livro “Fale e Escreva Corretamente”, adotado nos cursos de Língua Portuguesa que ministrava no Espaço Cultural Itamar Filgueiras, do qual era proprietário e único professor, onde atuou até as vésperas de seu falecimento.

O curso funcionou por 21 anos e destinava-se a pré-vestibulandos, concursandos, profissionais liberais e demais interessados num melhor domínio da Língua Portuguesa existente em Fortaleza.

Em 1997 adquiriu uma pequena fazenda no Distrito de Dourado em Guaiúba, Ceará, onde passava os finais de semana recarregando as energias para mais uma semana dedicada ao magistério. Mas querendo compartilhar com outras pessoas, principalmente com crianças de vida tipicamente urbana, a oportunidade de vivenciar o campo, juntou-se a sua esposa, também educadora, aos filhos e a um sobrinho e transformaram aquele espaço num local, pedagogicamente montado para proporcionar, além de diversão e repouso, conhecimento sobre as atividades da fazenda e a realidade da vida no meio rural.

Assim é que, em maio de 2001, inaugurou a Fazendinha Estação Rural, aberta ao público, que recebia grupos de pessoas interessadas em vivenciar a experiência, principalmente alunos de todos os níveis, inclusive universitários, de escolas as mais variadas, tanto da rede pública quanto privada. Na Fazendinha se vivia um dia diferente participando das atividades do dia-a-dia junto aos trabalhadores e aos animais, acompanhados por monitores treinados.

Além das aulas em seu curso, nos últimos tempos vinha trabalhando na emissão de Pareceres Técnicos na Língua Portuguesa, em recursos referentes à correções de provas de vestibulandos e concursos públicos e, na revisão de monografias, teses e livros de diversos gêneros.

Aos quase 68 anos de vida e 47 de profissão, o Professor Itamar continuava sentindo-se realizado em sala-de-aula, rejuvenescendo-se a cada dia no convívio com seus alunos. Sentia-se recompensado sempre que encontrava um ex-aluno, que vinha cumprimentá-lo e agradecê-lo pelo que representou em sua formação, pelos conhecimentos e exemplo de vida.

A sua dedicação ao magistério, o seu devotamento à causa da cultura no Estado e a sua retidão moral lhe renderam diversas homenagens, destacando-se entre elas, o título de Cidadão de Fortaleza e a condição de Imortal da Academia Lavrense de Letras e da Academia Cearense de Língua Portuguesa, onde ocupava uma cadeira como titular.

Hipertenso e diabético, o Professor Itamar foi surpreendido por uma dissecção de aorta e faleceu no dia 05 de abril de 2012. Sua morte, noticiada na mídia local e nacional e nas redes sociais causou grande comoção não só a sua família e amigos, mas também a colegas, alunos e ex-alunos, bem como à sociedade fortalezense em geral, o que foi registrado nas muitas mensagens de solidariedade à família via correio, internet e nos ofícios comunicando votos de pesar aprovados em sessões da Câmara Municipal de Fortaleza (em 10/04/2012) e dos tribunais:

Tribunal de Contas do Estado do Ceará (em 10/04/12);

Tribunal de Contas dos Municípios (em 12/04/12);

Tribunal de Justiça do Ceará – Secretaria Geral (11/04/12);

Tribunal de Justiça do Ceará – 5ª Câmara Cível (em 11/04/12);

Tribunal de Justiça do Ceará – 8ª Câmara Cível (em 10/04/12);

Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (em 10/04/12);

DEDÉ TEIXEIRA

DEPUTADO