PROJETO DE INDICAÇÃO nº 7/12
DISPÕE SOBRE A CRIAÇÃO DO GRUPO DE FAMILIARES CUIDADORES DO IDOSO
PORTADOR DA DOENÇA DE ALZHEIMER E SIMILARES NA ESCOLA DE SAÚDE
PÚBLICA DO CEARÁ
Art.1º - Fica criado o Grupo de Familiares Cuidadores do Idoso Portador da Doença de Alzheimer e Similares na Escola de Saúde Pública do Estado do Ceará. Parágrafo Único- Compete ao Grupo de Familiares Cuidadores do Idoso Portador da Doença de Alzheimer e Similares na Escola de Saúde Pública do Estado do Ceará, partilhar experiências, fortalecer laços para viabilizar um cuidado programado e sistematizado.
Art. 2º - O Grupo de Familiares Cuidadores do Idoso será composto pelos seguintes profissionais:
I- Psicólogo especialista em idoso;
II- Terapeuta Ocupacional especialista em idoso;
III – Fonoaudiólogo especialista em idoso.
Art. 3º – Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
JUSTIFICATIVA
O crescimento da população de idosos é um fenômeno mundial. Os números mostram que, atualmente uma em cada dez pessoas tem 60 anos de idade ou mais e, para 2050, estima-se que a relação será de uma para cinco em todo o mundo, e de uma para três nos países desenvolvidos (IBGE, 2000).
Essa realidade demonstra urgência para implementação de ações para melhorar o enfrentamento familiar diante de situações como as que são impostas.
Por cuidador entende-se aquele que participa ativamente no processo de reabilitação, encoraja o paciente a buscar sua recuperação e colaborar com o tratamento.
Podemos citar informações do artigo “A problemática do cuidador familiar do portador de acidente vascular cerebral” de Luciene Miranda de Andrade, Maria de Fátima Maia Costa, Joselany Áfio Caetano, Enedina Soares, Eveline Pinheiro Beserra.
“Cuidar vinte e quatro horas ininterruptas de um idoso com limites cognitivos e físicos não é tarefa fácil. Os familiares cuidadores, sentem constantes preocupações ocasionando alterações na dinâmica de viver do cuidador, como também o cuidado ineficaz a si e ao paciente.
As principais alterações relacionadas ao cotidiano do cuidador familiar são: falta ao trabalho, preocupação com os filhos menores, rotina da casa alterada, estresse, preocupação com o lar, a falta na escola e problemas de saúde. Destas preocupações, sobressai o afastamento do trabalho, sobretudo por acarretar prejuízos financeiros.
As questões relativas a essas alterações preocupam os cuidadores familiares, pois, eles entendem, seus entes não possuem mais condições de viver sozinhos em seu domicílio, por se tornarem impossibilitados de gerenciar seu âmbito doméstico, logo, o cuidador familiar assume essa administração, que, muitas vezes, será ainda maior, somada ao gerenciamento de vida.
As alterações na vida diária da família podem causar desequilíbrio pela vulnerabilidade de seus membros ainda não estabilizados depois das mudanças de papel. Isto torna o ambiente fértil para a eclosão de verdadeiras crises familiares, pois o ritmo de vida desses famíliares é intensificado pela doença e, conseqüentemente, pode trazer rupturas.
Cuidar de um familiar doente mobiliza muitos sentimentos antagônicos em curto espaço de tempo: amor e raiva, paciência e intolerância, carinho, tristeza, irritação, desânimo, pena, revolta, insegurança, negativismo, solidão. Todos estes sentimentos suscitam muitas dúvidas quantoaos cuidados, medo de ficar doente, medo de o paciente estar sofrendo, medo de o paciente morrer.
O cuidador sofre assistindo o sofrimento junto com o parente e pelo fato de vê-lo sofrendo; e também vivencia a dor de sentir-se impotente, de ser incapaz de livrar o parente do sofrimento.
Segundo Duarte (1996), o cuidador de idosos deve organizar suas tarefas de modo a ter oportunidades de se autocuidar. Muitas vezes, o cuidador se sobrecarrega nas suas atividades e se esquece de que é
uma pessoa que também necessita de cuidados”.
Deseja-se dessa forma que o grupo de cuidadores seja para todos um momento de encontro para partilhar experiências, fortalecer laços, minimizar dificuldades de cuidar, assistir famílias e viabilizar em um cuidado programado e sistematizado, respeitar o desejo de outros participantes sem impor temáticas e com base nas necessidades apresentadas no decorrer dos encontros.
Diante do exposto, pedimos aos caros colegas a aprovação deste projeto.
FERNANDA PESSOA
DEPUTADO (A)